Cassia de Marcos
Pitadas de Sétima Arte - Filme Julie & Julia
Julie e Julia possui tantas lições de vida que é até difícil mencionar todas em apenas uma postagem. Mas como eu adoro desafios, vamos lá haha.
Ao longo do filme, somos constantemente transportados do presente de Julie (Amy Adams) nos EUA, em 2003, para o passado de Julia Child (Meryl Streep), em Paris, nos anos 40. Julia Chid, cozinheira, escreveu o livro Mastering the Art of French Cooking, com 524 receitas da culinária francesa. Julie, que tinha uma vida monótona, lê esse livro e decide cozinhar cada uma dessas receitas e registrar o resultado no seu blog.

No passado, vemos que Julia Child era uma mulher de fibra. Focada e determinada, por vezes enfrentou situações desafiadoras com coragem, como quando as aulas para profissionais eram apenas para homens e quando recebeu vários nãos após escrever seu livro, que futuramente seria aclamado. Essa é uma das lições do filme: é normal que as coisas não aconteçam da maneira que queremos, quando queremos, como queremos. As dificuldades nos ensinam e nos ajudam a crescer.
No presente, o projeto de Julie começa a dar certo. Ela descobre um talento nato para culinária ao desenvolver as receitas de Julia Child, e se apaixona pela escrita conforme seu blog vai ganhando força. Ela motiva suas seguidoras e elas se motivam, numa via de mão dupla.
Porém, com a grande cobrança que ela exerce sobre ela mesma e a atenção total à nova atividade, Julie começa a se estressar demais e a abrir mão de outras importantes partes da sua vida, como seu marido, que sempre a apoiou. Essa é outra lição valiosa: a vida não é só feita da área pessoal ou da profissional. A vida é um equilíbrio. Ser feliz no emprego e triste em casa, por exemplo, te deixa triste como um todo. A divisão de foco é algo fundamental para o nosso bem-estar.
Depois dessa crise, Julie consegue retomar suas atividades, fazer as pazes com o marido e seguir sua vida. Até que Julia Child, lá da França, toma conhecimento do trabalho de Julie, que fica animadíssima com a possibilidade de contato com a sua musa inspiradora e de ela reconhecer o ótimo trabalho que a jovem tem feito Porém, Julia Child não reage da maneira que Julie esperava, o que a deixa muito decepcionada, especialmente porque a jovem já estava obcecada com o fato. Isso prova que, às vezes, criamos uma expectativa tão grande em relação a algum fato ou alguém que, por conta disso, acabamos nos decepcionando. Até então, Julie considerava Julia Child como a salvadora da sua vida, uma pessoa que a inspirou e a tirou da inação para que pudesse, finalmente, despertar suas melhores qualidades. É nesse momento que vem a última lição que vou citar aqui, desta vez pelas palavras do marido de Julie: quem despertou em si suas qualidades, quem foi atrás de fazer um bom trabalho e conseguiu um bom retorno foi a própria Julie. Ela deveria valorizar o seu esforço e a sua vontade de crescer, e não apenas a inspiração vinda de Julia Child. Às vezes, damos tanta importância a fatores externos que acabamos negligenciando nosso próprio esforço. Em suma, gosto tanto desse filme porque concordo quando ele diz que devemos valorizar nossa evolução (no ritmo que ela acontecer), buscar o equilíbrio em nossas vidas e enfrentar os desafios com coragem e confiança!
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